Ao término refleti e pensei em escrever um artigo fazendo alguns questionamentos sobre as análises apresentadas pela Luciana Genro.
Fiquei surpreso com o "mundo" estreito apresentada por ela. Não falava nada da Petrobras, dos Estados Unidos e seus interesses estratégicos sobre o Petróleo ( aliás, interesse não só dos Estados Unidos ....), enfim, sem levar em conta toda a complexidade histórica da luta de classes no Brasil e no mundo.Tudo dentro de uma superficialidade.
Porém decidi escrever em outro dia e, dois dias depois, quando eu estava iniciando minha escrita, ao ver um título que me chamou atenção "Não é um momento propício à divisão da esquerda"--- De Katia Gerab Baggio --- preferi lê-lo primeiro.
Entusiasmei-me porque tudo o que eu havia pensado a autora expressou maravilhosamente neste artigo: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/katia-gerab-baggio-nao-e-um-momento-propicio-a-divisao-da-esquerda.html
Mesmo assim, gostaria de somar a este artigo alguns questionamentos e análises ( ou falta destas?):
A Luciana Genro afirma já no título que " Nenhum setor da burguesia quer de fato um impeachment e muito menos um golpe". Ela afirma isto com base apenas no histórico das manifestações de junho de 2013 ( aliás, muito mal analisadas ), as de março de 2015 e um "recorte" sobre as chamadas Primaveras Árabes.
Assim, pergunto: Como pode ter tanta certeza sem levar em conta a nossa histórica posição de Colônia e a tradição de submissão desta "burguesia" aos interesses estrangeiros, em particular os americanos?
A questão é muito mais complexa, não há dúvida. Mas o petróleo é ainda uma matéria prima determinante e estratégica na produção industrial. Como tirar conclusões sobre o que quer ou não os industriais sem levar em conta este elemento e como ele está situado nas relações políticas da economia mundial?
Parece-me , no mínimo, uma falta de maturidade e simplismo na formação histórica. Como disse o estimado Fernando Brito ( Blog Tijolaço ) " PT beba história " http://tijolaco.com.br/blog/?p=25961 , amplio esta orientação a toda esquerda: Esquerda beba história!
A desunião entre estes grupos de esquerda me surpreende desde que iniciei minha militância estudantil dentro do PT em uma tendência Trotskista.
Estes grupos estão mais para evangélicos fundamentalistas do que para partidos políticos.
Criticar o PT , desde de que tenha como princípio nossas próprias limitações dentro do sistema ao qual estamos inserido, não é só direito, mas fundamental.
Mas só criticar não basta.
É preciso apresentar uma alternativa concreta. E isto não foi apresentado até agora.
Em junho de 2013 ( que serve como justificativa a Genro ) o que parecia inicialmente de esquerda virou um movimento de Direita. E nem o PSOL, ou qualquer dos partidos de "esquerda" ocuparam aquele vácuo, ao contrário, todos foram vaiados e "empurrados" para fora das manifestações a partir de 20 de junho ( eu estava lá e presenciei ).
Estes grupos parecem ainda não terem percebido que a simples negação do PT não implicará em um espaço para esquerda.
O PT terá de prestar contas,sim, não tenho dúvida disso, mas faz se necessário a cautela para não tornar esta prestação de conta um tribunal de inquisição, tendo como porta voz, por falta de maturidade e simplismo histórico, aqueles que não querem cometer os mesmos erros do PT. Mas aí, já estarão cometendo....; E assim o fizeram em 2013.
Por fim, finalizo com o título da autora Katia Gerab
Este "não é um momento propício para divisão da esquerda"
Geraldo Jr.
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