Do Blog Jornalistas Livres
Editorial
#JORNALISTASLIVRES CONTRA O GOLPE DO IMPEACHMENT
Esta rede de #JornalistasLivres
nasceu às vésperas das manifestações de 15 de março de 2015 — quando a
extrema-direita tomou as ruas do Brasil, apoiada pela Globo e outros
grupos de mídia.
Surgimos
para oferecer outra narrativa sobre o confronto que começou a se
desenhar no horizonte naquele momento, e que agora assume ares
dramáticos.
De
lá pra cá, mostramos que a corrupção no Brasil não surge só da relação
promíscua entre estatais e empreiteiras — que financiam todos os
principais partidos políticos no país.
Corrupção
é PM bater em professor no Paraná. Corrupção é faltar água nas
periferias de São Paulo. Corrupção é governador tentar fechar escola.
Corrupção é o machismo, o racismo e a homofobia. Corrupção é a
especulação imobiliária, que deixa famílias ao relento da esperança. E
corrupção — também — é a velha mídia comercial não denunciar isso tudo,
por conta de seus compromissos com o poder econômico.
De
março pra cá, a extrema-direita ocupou espaços no Parlamento, ganhou
mais força na mídia e agora marcha em direção a um golpe parlamentar.
Nós, #JornalistasLivres, dizemos desde sempre não à corrupção, não à desigualdade. E dizemos, agora, não ao golpe do impeachment!
Pesquisa de popularidade não é urna, e queda de aprovação não é motivo pra se derrubar governo.
O voto e a Constituição devem ser respeitados.
Há muitas razões para dizer não ao impeachment de Dilma — eleita pela maioria do povo brasileiro.
Primeiro: não há base jurídica para se tirar a presidenta do cargo.
O
pedido de impedimento, assinado por um ex-ministro tucano e um
ex-petista contestado até pelos filhos, é inepto juridicamente. Lista
supostas irregularidades cometidas por Dilma no mandato
anterior — o que
(dizem todos os juristas sérios) não poderia ser levado em conta para
suspender o atual mandato. E cita ainda supostas “pedaladas fiscais” de
Dilma em 2015 (um remendo de última hora, incluído no pedido de
impeachment, diante das críticas advindas da academia e de advogados
renomados).
Ora,
2015 não acabou. E não houve sequer o julgamento das contas no TCU!
Além do mais “pedalada” não é motivo para derrubar presidente.
O impeachment, portanto, não se sustenta tecnicamente. Mas a falta de conteúdo jurídico é apenas parte do problema.
Dizemos
não ao impeachment, também e sobretudo, porque ele é fruto de vingança
pessoal, perpetrada pelo presidente da Câmara dos Deputados.
Acusado
de ter contas na Suiça, e sob risco de perder o cargo e ir pra cadeia,
Eduardo Cunha abriu o processo contra Dilma algumas horas depois de o PT
anunciar que votaria pela cassação do mandato dele.
O impeachment não poderia ser, jamais, instrumento de barganha ou vingança.
Nós, #JornalistasLivres,
exigimos o imediato afastamento de Cunha do cargo, e alertamos: a
permanência desse personagem nefasto, no comando de um dos poderes da
República, é uma ameaça à Democracia.
Por último, o impeachment deve ser combatido porque se transformou num atalho para que os derrotados de 2014 cheguem ao poder. Sem voto do povo, o PSDB e seus aliados conspiram abertamente com o vice-presidente Michel Temer.
Isso
é corrupção! Tramar contra a Democracia, desrespeitar as regras
democráticas e atropelar a Constituição é corrupção tão grave como a
cometida por aqueles que roubam os cofres públicos.
À frente do impeachment, está uma coalizão de interesses contrários ao Brasil e à imensa maioria de nosso povo.
À
frente do pedido de impeachment estão privatistas e políticos ligados a
grupos internacionais que querem controlar o Estado e entregar o
Pré-Sal.
Ressaltamos,
ainda, que o governo legítimo de Dilma Rousseff e as forças que o
apóiam terão mais chance de combater o golpe se deixarem de lado as
medidas liberais adotadas desde janeiro de 2015, assumindo claramente o
programa vitorioso nas urnas em 2014.
Nós, #JornalistasLivres,
manifestamos nosso repúdio ao golpe parlamentar em curso e damos nosso
apoio decidido, e integral, para que se cumpra o mandato popular
referendado pelas urnas.
Tramar contra a Democracia é a pior forma de corrupção!
Basta de corrupção!
Fora Cunha!
Dilma fica!
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