quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A importância e os limites da "revolução" do governo Lula e evangélicos sobre os mais pobres.





Não há dúvida quanto a essa revolução feita pelo governo Lula  e as Religiões Evangélicas. Mas aí reside a contradição ( e barreira ) do atual governo.

Primeiro, o governo deixou de atuar politicamente na formação e conscientização dessa nova classe trabalhadora, crendo apenas no poder ( divino ) da economia reduzida ao mundo do consumo, da inclusão dessa nova classe a este "mundo".

Segundo, ao não atuar politicamente na formação dessa nova classe trabalhadora, esta passou a ser direcionada aos valores "burgueses", seu "ensejo" convergiu-se cada vez mais aos da classe dominante. O empreendedorismo tornou-se o sonho dessa nova classe, em detrimento cada vez maior, de valores coletivos, solidariedade...; Uma classe trabalhadora que passou a não gosta de si mesma. O negro que não gosta de si mesmo.

A "religiosidade evangélica" preencheu exatamente o que essa ralé precisava e ainda precisa, auto estima. Essa necessidade se manteve por causa do "vácuo" deixado pelos sindicatos e a falta da organização dos grupos de "esquerda", ou pelo pragmatismo econômico petista ou pelo diversos "fundamentalismo" esquerdista, todos desatualizados e não inseridos na realidade concreta dessa ralé/classe trabalhadora.



Se esta "religiosidade evangélica" contribui para transição dessa ralé à nova classe trabalhadora nos marcos capitalista, levando em conta a história desse povo no Brasil , ela vem se tornando ( ou pode se tornar) a
maior barreira para libertação dessa classe das amarras e vícios do sistema burguês.

Essa uma das razões porque o atual governo não consegue libertar-se da política de conciliação, mantendo-se refém e paralisado perante a classe dominante.
Vejam que contradição, como disse Jesse Souza, as classes e tb nova classe trabalhadora não são frutos de um mérito individual mas de um " privilégio que(sic) fica encoberto".

Aí está o problema, essas instituições ( o Estado, no todo, mais o governo e os diversos grupos religiosos evangélicos) que contribuíram para uma "revolução na vida dos mais pobres" também "invisibilizaram" a política e sua importância enquanto ação social coletiva.

Assim, temos um governo com uma população "apolíticos", apesar dos avanços iniciais. Como avançar mais sem política, apenas em função do "crescimento econômico" e o desejo "natural" do mercado?


Geraldo Jr.




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