sábado, 23 de abril de 2016

Com Falscistas não há Diálogo possível. Parabéns , Zé de Abreu!!!

Devemos, sim, evitar o risco e perigo de tornarmos-nos iguais aos coxinhas. Isso é muito perigoso. Mas não é disso que estamos falando aqui. O que precisamos refletir neste momento é por que chegamos a tal situação? Por que provocamos e desrespeitamos essa "classe" durante esses anos? Não!! Ao contrário, foi exatamente por sermos tolerantes demais, "republicanos" de mais, que chegamos neste estado. Ao chegarmos nesta situação não há possibilidade de relações civilizadas. Não com esses fascistas. E os delegados e juízes, parcela significativa que está no poder, estão do lado desses caras, "naturalizando/legitimando" tais comportamentos. Caso contrário, Bolsonaro no mínimo já estaria sendo processado por uma reação do próprio STF. Lembra do Manteiga ( ministro ) ele não reagiu ( há anos atrás ). O que fizeram com Genoino, Gushiken, e mesmo Zé Dirceu, tb não houve reação. O próprio PT acovardou-se e outros mais a esquerda bateram palmas. E agora é isto o que estamos colhendo com nossa "bondade". Neste momento, não há como esperar....; Seria o mesmo que pedir para Dilma não falar do Golpe lá fora. Temos que reagir sim, apenas não podemos perder a racionalidade.: " Hay que endurecer pero sin, perder la ternura jamas" --- Este é um momento de sermos firmes e bravos sim, revidarmos a altura sim, mas sem igualarmos aos coxinhas.
Por isso, PARABÉNS ZÉ DE ABREU!!! ---- Geraldo Jr.





Do Blog Conversaafiada

Gastrofascismo, a nova onda coxinha

Leandro Fortes: é a nossa mais nova jabuticaba
publicado 23/04/2016
coxinha tucanos_phixr.jpg
Retirado do facebook
Do jornalista Leandro Fortes:
GASTROFASCISMO


A doença infantil do antipetismo criou, no Brasil, a figura do fascista de restaurante.

É o sujeito ou grupo de sujeitos que vai ao restaurante insultar pessoas que pensam de forma diferente ou tem outra opção política-ideológica à dele.

São, quase sempre, idiotas funcionais que foram ativados pela mídia, como naquelas experiências com espiões hipnotizados atribuídas a americanos e soviéticos, durante a Guerra Fria.

O sujeito sai de casa com a esposa, vai almoçar ou jantar num restaurante qualquer e, de repente, ele vê...um petista!

Não um petista qualquer, aquele vizinho inconveniente que não bate panelas, que chama ele de coxinha pela varanda, que coloca ‪#‎Lula2018‬como nome de rede de internet, por pura sacanagem.

Um petista MESMO: uma deputada que defende direitos humanos, um senador que apoia o MST, uma celebridade que detona Bolsonaro nas redes sociais.

Aí, o fascista de restaurante, simplesmente, esquece a mulher, os filhos, a comida, o próprio sentido de sair de casa para ir comer fora, e parte para cima do petista. Mesmo que o alvo não seja petista, mas apenas esquerdista, o que é, claro, a mesma coisa.

Basta ter dito por aí que o impeachment de Dilma é golpe.

Ele parte para cima, ativado no modo Globo News, uma metralhadora de clichês roubados dos debates radiofônicos da CBN, uma Veja desgovernada babando ódio e ressentimento de classe.

"Como assim, no MEU restaurante, ESSA GENTE?"

No caso de José de Abreu, que encerrou a discussão com uma bela cusparada na cara de um desses cretinos, o argumento de fundo utilizado é uma pérola no direitismo tupiniquim: como alguém que vota no PT, ou é comunista, pode ser dar ao desfrute de almoçar em um caro restaurante japonês?

Essa visão pedestre de que a esquerda deve se alimentar de ovo frito e banana não é fruto de reflexão alguma, por óbvio.

É parte de um vasto relicário de dogmas organizados em apostilas da Escola Superior de Guerra para serem usados como doutrina anticomunista, entre os anos 1960 e 1980.

Trata-se de uma contraposição primária, feita sob medida para alienados, ao conceito marxista de mais valia.

Ou seja, ao fato de que o trabalho incorporado a um produto, pela força do trabalho em si, é sempre inferior ao que Marx chama de "trabalho comandado" - isto é, o que o valor de venda desse mesmo produto pode comprar em termos de horas trabalhadas.

Essa discrepância está na base da impossibilidade natural, no nosso capitalismo, de os trabalhadores e trabalhadoras não poderem acessar boa parte dos bens de consumo que produzem, seja um automóvel de luxo, seja um pedaço de salmão cru em cima de um bolinho de arroz.

O que o pensamento de esquerda clássico (não necessariamente marxista) defende é que tudo que o trabalhador produz deve, para efeito de justiça social, também ser consumido por ele.

Justamente, essa interface escandalosamente ideológica está na origem da reação do grande capital aos governos do PT. A percepção de que a aproximação do trabalho ao seu valor de uso capitalista cria uma perigosa consciência de classe contra-hegemônica.

Por isso, os principais interessados em destruir essa percepção - o capital rentista e o latifúndio - acionaram a mídia. A esta, ancorada no dinheiro e nas concessões públicas, coube ativar a vasta rede de analfabetos políticos e indigentes morais que atacam pessoas em restaurantes.

Os gastrofascistas, a nossa mais nova jabuticaba.


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